sábado, 10 de março de 2012

Mulher Zumbi na Indonésia, Mulheres Anoréxicas no resto do Mundo


Uma história que saiu na mídia há pouco sobre a zumbificação na tradição Voodoo.

Um ritual de Magia Negra que trouxe de volta, por alguns segundos, uma mulher morta à vida.


Na dúvida se é ou não verdade uma amiga comentou "Pra mim ela sofre de anorexia e uma séria crise de caspa crônica".

E hoje vagando pela web me deparei com o seguinte trecho em um texto sobre anorexia:

"O vocábulo desencarnar, segundo nos ensina o "Aurélio", significa "deixar a carne, passar para o mundo espiritual". O corpo emagrecido, sem forma feminina, funciona como "um protesto", palavras de uma paciente minha. Protesto?, pergunto-lhe. "Protesto contra crescer", ela explica. Conta-me uma cena marcante de sua vida, quando brincava de "Barbie" e viu-se sozinha, sem suas amigas de uma infância que não queria abandonar.

Curiosa imagem que mescla os valores ditados pela sociedade moderna, que têm na boneca um modelo de mulher (magra, atlética, consumista, etc) e o medo de despregar-se de um mundo infantil, imaginativo. A boneca representa tanto aquilo que ela deseja, quanto o que quer recusar."

Coincidência mórbida, em um outro post sobre contos de fadas contei sobre a impressionante história da criança que morreu há quase 100 anos atrás e seu corpo ainda continua em perfeitas condições por conta de uma espécie de 'mumificação'.

Nos dois casos um extremo apego material: na zumbificação a mania de querer reavivar os mortos. Já no caso da pequena múmia, a "Bela Adormecida" Rosália Lombardo, foi a dificuldade para a aceitação dos pais com a morte da criança, a ponto de querer preservar o seu rosto angelical por toda a eternidade.

Forever Young/Die Young, Stay Pretty

Anorexia, bulimia e até a vigorexia (que é a vontade de ganhar músculos, a maioria das vezes por homens, que sempre se enchergam franzinos e fazem o impossível para ficar cada vez mais fortes) tem em comum a grande obsessão por um padrão imposto o que os faz agir todos como zumbis, sem pensar nos riscos que correm tanto para a saúde do corpo quanto para a mente trazendo consequências sérias para a sua vida e dificultando até o convívio social.

Quantas mulheres não gostariam de viver para sempre jovens ou pensam em morrer cedo só para não perder a sua beleza?

Quantas não passam por um milhão de procedimentos estéticos e cirúrgicos macabros sem contar que fariam até magia negra voodoo e taxidermia se houvesse a promessa da fonte da juventude?

Quantas mulheres têm como referência de beleza e estilo ícones praticamente impossíveis de se alcançar pelo simples fato de que cada um de nós temos um código genético em particular que nos permite ter apenas um esteriótipo?

Na mídia um caso notável de transtorno alimentar.


Nos anos 2000 Nicole Richie a ex companheira de Paris Hilton no reality 'The Simple Life', não ficou só famosa por ser filha (especificamente adotiva) do cantor Lionel Richie e por ser expulsa de um evento do Oscar.

Até se tornar uma IT GIRL foi uma longa caminhada....

A linda Nicole ganhou as manchetes por seu envolvimento com drogas e como se não fosse o suficiente, a chamada 'gordinha', logo em seguida dos acontecimentos já estampava novamente as capas de revista com um corpo esquelético e visivelmente anormal.


Fico imaginando a pressão que essa garota não sofria pelo seu meio social. As pessoas que conviviam, imagino eu, deveriam ser especialmente fúteis e mesquinhas... Mas também pelo fato de estar na televisão ao lado de uma Living Barbie, uma boneca viva, a amiga Paris Hilton.

Apesar de chamar muito mais a atenção do que Paris pela sua personalidade única e divertida, Nicole não aguentou e caiu nas garras do monstro da insatisfação aparecendo exatamente como uma das Monster High: corpo minúsculo e cabeça enorme.

Mas o design de uma boneca não é bem o que o nosso corpo deve aparentar, afinal não somos (todas) de plástico.

Nunca tinha parado para pensar o quanto a dificuldade de desapego com a infância é influente nesses casos.

E todas nós mulheres 3 vezes na vida passamos por transformações inevitáveis que acabam por bagunçar um pouco a nossa auto-estima: a entrada para a adolescência, o início da vida adulta e a menopausa.

São os momentos em que temos encarar a terrível verdade de que estamos mudando e que o crocodilo do Tic-Tac nos persegue e mesmo que não queiram todas têm que aceitar os fatos para poder continuar sua caminhada na vida.

Muitas não conseguem lidar com isso e acabam passando por terríveis transtornos como estes, atrasando a sua evolução como indivíduo.

O garoto Peter Pan não queria crescer. Inspirado pelo próprio autor que teve que crescer precocemente quando criança logo após a morte de um de seus irmãozinhos e quando adulto resolveu viver como uma criança novamente como conta no filme 'Em Busca da Terra do Nunca' onde Johnny Depp faz o papel principal.

O correto seria que todos nós vivêssemos da maneira equivalente para cada ano ou fase da nossa vida mas como nem sempre é assim, devemos nos questionar sobre a maneira em que nos julgamos todos os dias ao encarar o espelho e se isso corresponde mesmo a realidade.

Quando um bebê sorri pela primeira vez uma FADA nasce é um fato. Mas será que não é uma história de mentirinha que você inventou para si mesmo que precisa emagrecer? Será que você precisa de verdade seguir um padrão e ser igual a todo mundo?

Será que BELA é apenas a Barbie?

2 comentários:

  1. Nossa, muito bom o post. Parabéns. Não vou comentar nada, porque acho que você já disse tudo o que eu penso.

    beijos

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  2. Otimo post!
    Realmente falou muito bem sobre o assunto!
    Parabéns! ;D
    Bjs

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